“Pai” diz que não existe demora e VAR veio para trazer justiça ao futebol - TÁ NA ÁREA

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“Pai” diz que não existe demora e VAR veio para trazer justiça ao futebol

 

Implantando no futebol brasileiro desde 2018, o sistema VAR, que em Inglês significa  Video Assistant Referee, ainda gera muita polêmica em partidas de futebol e um dos grandes pontos é justamente o tempo que se perde durante um jogo para se analisar lances polêmicos. O Diretor Técnico da Escola Nacional de Arbitragem de Futebol (ENAF), o baiano Manoel Serapião Filho (foto) acredita que, mesmo ainda não funcionando na plenitude, o sistema é praticamente infalível e rebate veemente a ideia de demora em análises e decisões da arbitragem.  

A ideia da utilização da tecnologia para auxiliar o árbitro de campo surgiu num jogo entre Bahia e Galícia em meados da década de 70, quando Serapião precisou decidir sozinho se uma bola tinha entrado ou não no gol. Quase 20 anos depois, ele foi escalado para apitar o Mundial de Futsal, em Hong Kong. Na ocasião encontrou o presidente da Fifa na época, João Havelange, e o secretário-geral da entidade, Joseph Blatter. Numa conversa, o baiano apresentou a ideia.

No entanto, com o desenvolvimento das transmissões de jogos e os debates da imprensa esportiva sobre os erros dos árbitros em campo, Serapião não desistiu da ideia. “Era tradição, quando um árbitro errava num Mundial, mandá-lo de volta para casa. Quer dizer, você se preparava com o melhor árbitro do seu país, cometia um erro e era mandado de volta. Aí eu brinquei com Havelange: “Se na segunda-feira o futebol precisa do erro da arbitragem para poder ser esse esporte, então ao invés de mandar o árbitro embora quando erra num Mundial, você dá uma medalha para ele”. Não faz sentido nenhum. Há lances que é impossível o homem perceber”, contou.

O projeto do VAR foi escrito em 2005 e levado para Fifa, através de Ricardo Teixeira, que que era vice-presidente da Comissão de Arbitragem da entidade. Quatro anos depois, Serapião divulgou a ideia em alguns veículos imprensa do Brasil, chamando também atenção de jornalistas estrangeiros. “Até que em 2015, a CBF, pressionada por erros de arbitragem, resolveu encampar e enviamos nosso projeto para a Fifa”, disse.

 Manoel Serapião Filho garante que o equipamento não veio para polemizar, mas para fazer justiça no futebol. “De muito tempo, existiam situações dentro do futebol que suscitaram dúvidas, polêmicas e a ideia é justamente acabar com essas situações. Mesmo a gente observando que ao longo do tempo algumas regras mudaram para tentar amenizar os problemas, eles persistem, apesar das modificações nas regras. Por isso o VAR foi criado: para dirimir qualquer dúvida e se fazer justiça”, explicou.

DEMORA

  

Um dos grandes questionamentos de atletas e da imprensa especializada, diz respeito à demora na análise dos lances para se adotar uma decisão (foto). Um bom exemplo disso foi na partida de ida entre Atlético e Bahia de Feira, quando no segundo aconteceu um lance que resultou na marcação de um pênalti para o time de Alagoinhas e contabilizando com as alterações processadas nas equipes, ao final o árbitro Emerson Ricardo de Almeida deu 12 minutos a mais do tempo regulamentar para compensar as paralisações.

Serapião defende que não existe demora e sim a necessidade da precisão para se tomar a decisão correta. “Existem lances numa partida de extrema complexidade: por exemplo uma mão escondida que toca na bola dentro da área. Tem uma câmera que não mostra, a segunda também não mostra, mas a câmera invertida mostra a mão. Aí entra a interpretação, se foi intencional ou não se checa as possibilidades para então convidar o árbitro, entendendo que a decisão dele foi errada, a observar o lance e tomar a decisão”, explicou. “Os lances de impedimento que tem que se traçar as linhas horizontal e vertical. Quando o atleta está com o corpo correto ver se ele tem um pé a frente ou joelho ou cabeça em relação ao adversário. Quando o corpo estiver inclinado ver qual parte do corpo está mais avançada para se adotar a atitude certa”, complementou.

Outra situação que influi na decisão é a qualidade das imagens fornecidas pelas câmeras. “No Japão, as câmeras são de qualidade 8K e quando se dá um zoom fica 4k o que dá total nitidez aos lances. Infelizmente aqui ainda nós trabalhamos com equipamento HD e em muitos casos até analógicos, o que é uma situação mais complicada e requer ainda mais atenção para se analisar da forma correta e por conseguinte a decisão ser a mais sensatas possível”, argumentou o ex-árbitro.  

Para Manoel Serapião Filho o importante disso tudo é que a ética prevalecerá no futebol como um todo. “Haverá menos paralisações na partida, mais dinâmica de jogo e menos violência, e por consequência bem mais ética no futebol. Vai afastar do futebol essa coisa de que é o esporte da malandragem, do antiético, do garotinho que ludibria e o pai depois o abraça. Isso vai ter até interferência na formação e educação de cidadãos. O futebol é um veículo importante para isso, e nós podemos nos aproveitar dessa possibilidade de excluir os erros crassos e interferir até na educação dos jovens atletas formando mais cidadãos”, afirmou. *Diplomatas News

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