“O clube está na mão de um inepto”, diz Paulo Carneiro - TÁ NA ÁREA

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“O clube está na mão de um inepto”, diz Paulo Carneiro

 

Depois de um longo período de silêncio, iniciado quando foi afastado do cargo de presidente do Vitória em setembro deste ano, Paulo Carneiro voltou a se manifestar publicamente durante a semana. Na sexta-feira, 29, em conversa com o A TARDE, o cartola se defendeu das acusações que o tiraram do clube e disparou críticas contra ex-aliados, inclusive Fábio Mota, que hoje é responsável pela gestão do Rubro-Negro como presidente interino.

“Estão me usando para criar a maior crise institucional da história do clube. Isso faz parte de um processo político apoiado por uma série de conselheiros golpistas, oportunistas. Eu incluo aí Alexi Portela, Ademar Lemos, Antônio Matos e o nosso Fábio Mota”, disparou Paulo Carneiro.

Durante a entrevista, o cartola também detalhou como aconteceu a ida de Pedrinho para o Athletico. De acordo com Paulo Carneiro, o ex-presidente do Vitória, Alexi Portela, interveio nas conversas com o clube paranaense, e por isso o Leão recebeu bem menos do que era projetado no início da negociação.

“O negócio estava fechado, no dia 10 de agosto, por R$ 10 milhões. Aí, agora foi que o Vitória recebeu um milhãozinho e meio de reais. Isso porque Alexi ligou para o Athletico e disse que não era para pagar o Vitória, porque eu ia ser afastado e que ele é que faria a negociação”, justificou.

Carneiro garantiu ainda que segue com influência dentro do departamento de futebol do Vitória. Ele foi afastado do cargo de presidente por um período de 60 dias, no início de setembro, para que uma comissão investigasse as denúncias de gestão temerária. No começo da semana, o prazo de afastamento se dilatou para mais 60 dias.

Confira a entrevista completa com Paulo Carneiro nas próximas linhas desta edição:

Como você encarou as acusações de gestão temerária e o afastamento do cargo?

Com indignação. Se eu fosse um cara piegas, talvez eu me sentisse injustiçado, porque a minha história no Vitória, ninguém tem igual. Nem em títulos, nem em construção de patrimônios, nem em construção de marca do clube. Mas eu me sinto indignado com o que estão fazendo com o clube através da minha pessoa. Estão me usando para criar a maior crise institucional da história do clube. Isso faz parte de um processo político apoiado por uma série de conselheiros golpistas, oportunistas. Eu incluo aí Alexi Portela, Ademar Lemos, Antônio Matos, e o nosso Fábio Mota. Eles se reuniam em residências para tramar a minha queda. Isso eu tenho certeza e faço a denúncia publicamente.

Você consegue identificar o motivo pelo qual essas pessoas citadas, que te apoiaram na eleição, agora se voltaram contra você?

Não sei de todos. Vaidade, talvez. Bem, Alexi Portela foi porque ele queria mandar em mim. Eu tenho um áudio gravado em que ele fala isso. Ele não pode negar. Eu trabalhei no Vitória por 17 anos e nunca tive problema de relacionamento com ninguém. Agora, a última palavra tem que ser a minha. Eu sou o presidente. O regime é presidencialista. Como é que ele quer mandar em mim?

Uma das maiores críticas ao seu trabalho é justamente essa questão de você ser centralizador, de dirigir o clube à moda antiga. Acha que essa sua maneira de gerir ainda funciona no futebol atual?

O fato de a última palavra ser minha não quer dizer que eu centralizo. Quais são os elementos que um jornalista tem para dizer que eu centralizo? Você está dentro do clube diariamente? Isso é papo furado. O regime é presidencialista, está no estatuto. O presidente tem o poder de tomar as decisões, mas isso não quer dizer que eu trabalhe sozinho. Isso de centralização é conversa fiada. O Vitória é um clube de futebol e toda a equipe de futebol está lá. Todos participam. O próprio Fábio Mota já participou das decisões de troca de treinador no passado. Isso tudo é uma grande hipocrisia.

Dentro das denúncias, você foi acusado de adiantar salários. De onde vem isso? Como você explica essa situação ao torcedor do Vitória?

É claro que eu não fiz isso. E mesmo que tivesse feito, não teria problema nenhum em adiantar um salário para pagar depois. Mas não aconteceu isso. Não aconteceu. No fundo, estão todos buscando argumentos para me afastar. O processo é político.

E qual era a relação do Vitória com a empresa Magnum? O clube recebeu os R$ 3 milhões? Existe algum contrato?

Você acha ruim o Vitória receber R$ 3 milhões? É claro que existe um contrato. Eles são uns mentirosos. Você acha que alguém vai pagar R$ 3 milhões ao Vitória e não vai fazer um contrato? Você acha que na Magnum só tem idiota, é? Se não tivesse contrato, seria bom para o Vitória. O Vitória pagou porque tinha obrigações contratuais a pagar. Qual o problema disso? A questão é que eu tenho relações no mercado para conseguir dinheiro para o clube, e esses caras não tem. É uma sacanagem criar uma crise no meio do Campeonato Brasileiro só por poder. Agora o clube está na mão do presidente do Conselho, que é um inepto. E nem tem tempo para cuidar do Vitória, porque ele é secretário da Cultura. E a gente, como cidadão, vai aceitar que ele cuide do Vitória sendo secretário da Cultura?

O que aconteceu na transferência de Pedrinho? Houve má fé por parte do Athletico? Foi alguma retaliação?

Houve que Alexi Portela se meteu na negociação. O negócio estava fechado, no dia 10 de agosto, por R$ 10 milhões. Aí, agora foi que o Vitória recebeu um milhãozinho e meio de reais. Isso porque Alexi ligou para o Athletico e disse que não era para pagar o Vitória, porque eu ia ser afastado, e que ele é que faria a negociação. Isso é gravíssimo. O presidente do Conselho deveria levar esse caso a julgamento. É o mais grave na história do clube. A venda era importantíssima. Fruto do nosso projeto. Na hora de colocar dinheiro no clube, um conselheiro liga para o Athletico e se mete na negociação. Aí ele envolveu uma dívida antiga, do lateral Léo, e reduziu o valor que chegou ao Vitória. O Vitória se curvou covardemente na negociação com o Athletico.

O que achou do pedido de licença de Luiz Henrique Viana? Ele permaneceu como um aliado enquanto esteve interinamente como presidente?

Olha, vocês precisam tirar as conclusões. Se ele saiu, satisfeito não estava.

Você ainda tem braços dentro da Toca do Leão? Mantém contato com jogadores e pessoas ligadas ao futebol?

Tenho todos os braços (dentro do clube). Falo todos os dias com pessoas lá dentro. Eu sou o cara que construiu o clube, ou grande parte dele. Tem funcionários que trabalham comigo lá há mais de 20 anos. Você acha que eu não tenho contato com eles? Embora eles tenham feito perseguição. Mandaram embora pessoas que tinham sido contratadas por mim. Mas essas pessoas eram funcionárias do clube, não minhas. Ou seja, trataram o Vitória como um time de esquina.

E esse novo afastamento? Ele aconteceu depois que sua defesa pediu novos documentos à comissão processante. Foi uma estratégia para prorrogar a situação? Por quê?

Eu não pedi nada. Quando eu respondi ao questionário por escrito, eu já avisei que a documentação estava incompleta. Isso há mais de 15 ou 20 dias. Não foi recente como eles disseram. São mentirosos.

Acredita na manutenção do Vitória na Série B? Tem feito algo para que isso aconteça?

Eu não posso fazer nada pelo Vitória hoje. Enquanto eu estiver fora do clube é impossível. Eu saí do Vitória no início do segundo turno com invencibilidade de seis partidas e com a venda de Pedrinho para abastecer o caixa. Então, o Vitória ia ter um segundo turno de ótimas perspectivas. Sem problemas financeiros. E com Pablo e Pedrinho em campo, porque ele seria vendido, mas continuaria no time até o fim da Série B. Isso estava no documento.

E sobre o futuro? Você confia no seu retorno à presidência do clube?

Eu sou um sujeito legalista. Então, estou indignado com o que está acontecendo com a instituição. Vou esperar que a Justiça possa corrigir esse absurdo que está acontecendo no clube por meio desses golpistas.

Por que insistir com a ideia de presidir o Vitória diante de tanta reprovação? É uma questão mais de orgulho ou de amor incondicional mesmo?

É questão de direito. O que o torcedor faz é o que escuta na mídia. A opinião do torcedor, em um país sem educação, é uma opinião que nem sempre é a melhor para o clube. Eu prefiro caminhar com a minha cabeça, porque quando eu cheguei no Vitória não tinha nada lá, e eu construí o clube com ajuda dos meus amigos. Então, prefiro seguir com as minhas convicções.

Como você vê toda a situação dos áudios de WhatsApp? Era uma estratégia pensada de comunicação? Como você via as piadas que faziam?

Olha, desde que eu não fale besteira, não vejo problema nenhum. As pessoas não estão acostumadas a ver um dirigente que dá a cara para bater, que não se esconde, que não é covarde. Eu não sou covarde. Nunca precisei financiar mídia corrupta para falar bem de mim. Então, podem continuar falando mal, que eu vou continuar construindo o Vitória com as minhas convicções. *AT/Esportes

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