Por que fisiculturistas comem doces antes das competições
No universo rigoroso do fisiculturismo, onde frango, batata-doce e aveia são figurinha carimbada, há um detalhe que foge do script tradicional e surpreende quem não acompanha os bastidores de perto: doces e hambúrgueres podem ser armas secretas na hora H. E não é exagero. Em 2023, por exemplo, Ramon Dino recorreu a uma penca de cookies antes de encarar o Mr. Olympia – e o resultado foi um dos melhores físicos da sua carreira, emparelhando com ninguém menos que Chris Bumstead.
A prática, por mais inusitada que pareça, tem explicação científica e estratégica. Na reta final da preparação, os atletas manipulam de forma precisa a ingestão de sódio, água e carboidratos para atingir o auge da definição muscular. É nessa hora que entram os alimentos ultracalóricos e açucarados, que ajudam a preencher os músculos com glicogênio, gerando aquele efeito de volume e densidade que impressiona os jurados.
É um verdadeiro jogo de xadrez fisiológico. O equilíbrio entre retenção de líquido intramuscular e aparência "seca" exige experiência de sobra dos treinadores. Quando a manipulação é agressiva demais, o físico pode murchar. Para reverter esse risco, alguns apelam para a chamada "bomba de sódio", que, combinada com carboidratos simples, devolve ao corpo a plenitude muscular sem sacrificar a definição.
Portanto, quando você vir um atleta mastigando um docinho nos bastidores, não pense que é deslize ou escapada da dieta. É cálculo. É ciência aplicada com precisão milimétrica. No palco, onde cada fibra conta, essas "besteiras" podem ser a diferença entre o pódio e o esquecimento. E como diria o veterano da reportagem esportiva: no fisiculturismo, nem tudo que parece pecado é fora das regras. *JFE

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