Nova eliminação precoce volta a colocar Paulo Carneiro em xeque no Leão - TÁ NA ÁREA

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Nova eliminação precoce volta a colocar Paulo Carneiro em xeque no Leão

 


Viaje no tempo e volte para o início de 2017, quando o Vitória foi campeão baiano invicto e perdeu apenas uma vez nas primeiras 22 partidas do ano. A temporada que teve início promissor terminou com lutra contra o rebaixamento e, embora o time tenha se mantido na Série A naquele ano, foi mais ou menos por ali que o Rubro-Negro começou a cair. Desde então o time segue em queda livre.

Já são quatro anos sem títulos, algo que tinha acontecido pela última vez entre 1981 e 1984. Houve também o rebaixamento para a Série B em 2018, que foi seguido por duas temporadas de luta contra a queda para a Série C. E a crise se completa com a perda do protagonismo regional e estadual, algo reforçado essa semana, com a terceira eliminação seguida na primeira fase do Campeonato Baiano.

A queda no estadual causou mais estragos na parte interna da Toca do Leão que no gramado do Barradão. O discurso de conselheiros e pessoas ligadas ao clube é de apoio ao trabalho de Rodrigo Chagas. Para muitos, a eliminação precoce passa por fatores que fogem do controle do técnico, como um elenco desqualificado e o surto de Covid que desfalcou o time nas rodadas finais.

Esse mesmo entendimento e paciência saem de cena quando o assunto é o presidente Paulo Carneiro, apontado internamente como principal responsável pela má fase do clube e cada vez mais isolado no cargo. “Ele está afastando um por um”, disse uma das pessoas ouvidas pela reportagem.

A mais recente eliminação no Campeonato Baiano voltou a esquentar os bastidores do Rubro-Negro. Dos três vexames estaduais, dois aconteceram na gestão de Paulo Carneiro. Sob os olhares do presidente, o Leão disputou 18 partidas no Baianão e venceu apenas cinco. Foram três triunfos em 2020, com time de aspirantes, e dois na edição atual, com o grupo principal.

Uma nova insatisfação interna diz respeito à postura do presidente, que é recorrente em receber multas por causa do comportamento. O caso mais recente foram os xingamentos disparados em direção ao árbitro na partida contra o Jacuipense. As multas desagradam à cúpula rubro-negra, principalmente porque o clube passa por uma crise financeira e convive com atraso nos vencimentos dos funcionários.

Contas

No próximo dia 15, reuniões ordinária e extraordinária do Conselho Deliberativo do Vitória vão debater as ações que Paulo Carneiro move contra o clube na Justiça, e avaliar as contas da atual gestão do cartola. Ao menos essa é a programação, mas a tendência é que a segunda parte não aconteça. Isso porque os documentos necessários ainda não foram entregues ao Conselho Fiscal, como explica Jailson Reis, presidente do setor.

“Ele vai disponibilizar o relatório da auditoria no dia 14, véspera da reunião. Não há condição de averiguar a gestão de um ano em um dia. Isso leva meses. O que vai acontecer é marcar uma nova data, mas isso depende do presidente do Conselho Deliberativo”, conta Reis.

O presidente do Conselho Fiscal voltou a afirmar que Paulo Carneiro tem gerado barreiras para a fiscalização das contas do clube. O mandatário, inclusive, está sob investigação de uma comissão formada por sete conselheiros, que até o fim do mês vai produzir um relatório com um parecer sobre o caso.

“Ele [Paulo Carneiro] não dá acesso ao sistema de contratos, quando algo é solicitado ele ignora, situações que geram muito desgaste. Ele chega a ficar revoltado com nossas cobranças, a ponto de dizer que não cabe análise do Conselho Fiscal em contas deste ano, apenas do que já passou. Não é assim. Acompanhamento de gestão é anual, diário”, disse Jailson Reis.

Campo e bola

Os jogadores do Vitória receberam folga depois da eliminação no Campeonato Baiano e vão se reapresentar somente na próxima segunda-feira, 10.

A partir do retorno aos treinos, o Rubro-Negro vai iniciar um período de três semanas sem compromissos oficiais, já que o próximo jogo do time será contra o Guarani, pela Série B, competição com início previsto para o fim do mês.

O tempo vai ser usado para trabalhar, recuperar jogadores lesionados e descansar o elenco, que desde março está em uma maratona de jogos. Isso sem contar que atualmente o departamento de futebol passa por um surto de Covid-19. *AT/Esportes

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