Copa do BR: Corinthians vence e Verdão repete apagão ofensivo - TÁ NA ÁREA

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Copa do BR: Corinthians vence e Verdão repete apagão ofensivo

Na Neo Química Arena lotada, o Corinthians venceu o Palmeiras por 1 a 0 nesta quarta-feira (30), pela partida de ida das oitavas de final da Copa do Brasil 2025. O único gol foi marcado por Memphis Depay, aos 9 minutos do segundo tempo, em jogada individual que cristalizou a diferença de intenções entre os rivais no clássico. Antes disso, Weverton havia defendido pênalti de Yuri Alberto, ainda na etapa inicial, e garantido que o prejuízo alviverde não fosse maior. Com o resultado, o Corinthians joga pelo empate no Allianz Parque, na próxima quarta-feira (6), enquanto o Palmeiras precisará vencer por dois gols ou forçar os pênaltis com placar mínimo.

Tecnicamente, o confronto expôs modelos de jogo antagônicos. O Corinthians, embora com menor controle da posse (46%), foi mais vertical e eficaz. Com Raniele e Charles dando sustentação no meio, a equipe de António Oliveira congestionou a entrelinha palmeirense e permitiu que Depay, Garro e Bidon operassem em campo aberto, sobretudo após os 20 minutos iniciais. O Palmeiras, por sua vez, foi refém de uma ocupação estéril do campo ofensivo. A linha de cinco meias proposta por Abel Ferreira — sem um ponta de desequilíbrio — resultou em circulação horizontal e dependência excessiva de Maurício, que teve atuação tímida. Nem as entradas de Bruno Henrique e Thalys modificaram o quadro. A única finalização clara do Verdão foi o gol anulado de Maurício, corretamente impedido.

A derrota, embora reversível, traz implicações maiores para o Palmeiras. Em temporada marcada por rotatividade intensa e queda precoce na Libertadores, a Copa do Brasil tornou-se prioridade declarada para a comissão técnica. Jogar o segundo duelo sob pressão e diante de um rival que cresce em jogos grandes representa mais do que risco técnico: acentua a dúvida sobre o fôlego criativo do modelo de Abel, que segue fiel ao controle posicional mesmo quando a produção ofensiva definha. Já o Corinthians — irregular no Brasileiro, mas competitivo em mata-matas — encontra na figura de Memphis seu ponto de ruptura. O holandês soma agora 15 gols e 14 assistências em 47 jogos, mas, mais que os números, vem oferecendo decisões nos momentos que realmente importam.

Em perspectiva, o jogo reforça a velha máxima de que clássico não aceita previsões. O Palmeiras, tido como favorito técnico, demonstrou desconexão emocional e insistência em um modelo hoje previsível — quase burocrático. O Corinthians, por sua vez, fez valer o mando, a atmosfera e, sobretudo, a entrega coletiva. Memphis, com a frieza de quem já viu estádios mais hostis, decidiu no detalhe. E se há algo que o futebol ensina a cada temporada é que nem sempre vence o mais organizado, mas quase sempre avança quem compreende o peso simbólico da ocasião. O Palmeiras terá a chance de responder em casa. Mas se repetir o mesmo roteiro, pode acabar vendo a Copa do Brasil passar, como diria meu avô em Feira, "feito boi em campo alheio": com muito porte, mas sem dono. 

Fonte: JFE

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