Time mineiro acelera saídas para abrir espaço a novas apostas promissoras
O Cruzeiro chega à reta final de julho de 2025 com 29 atletas no elenco e um dilema clássico entre ambição e equilíbrio. Enquanto rivais despejam cifras em nomes consagrados da Europa, a Raposa opta por operar com precisão cirúrgica, buscando jovens de potencial revenda e liberando peças com baixa minutagem. Leonardo Jardim, técnico com histórico de projetos bem calibrados, deixa claro que reforços só virão após saídas. "Para entrar, tem que sair", resumiu, com pragmatismo. Hoje, dois jogadores sequer estrearam na temporada, e outros sete somam menos de seis partidas — sintoma claro de um grupo superdimensionado.
Sob o ponto de vista tático, o treinador português promove um elenco funcional, com espinha dorsal definida e banco enxuto. Entre os 29 atletas, apenas metade disputa regularmente as competições, o que evidencia a ausência de espaço para desenvolver reservas imediatos. Japa, lesionado no início do ano, e Rodriguinho, preterido desde o retorno de Matheus Henrique, ilustram o perfil de jogadores em compasso de espera. Gamarra, por sua vez, soma cinco jogos e deve voltar ao Athletico-PR. Já jovens como Kenji e Murilo seguem no grupo, mesmo com uso esporádico — transição cautelosa que marca a gestão de base no Cruzeiro atual.
A consequência direta dessa política é um mercado de trocas discretas, em que cada nome ventilado precisa ser analisado à luz do impacto técnico e do orçamento. Com o time oscilando na zona de classificação à Libertadores e observando os avanços de Flamengo, Palmeiras e Grêmio em reforços robustos, a manutenção de um elenco coeso pode ser a aposta mais viável a médio prazo. A expectativa interna é que até três saídas ocorram nesta janela, abrindo espaço para peças com perfil semelhante ao de Kaio Jorge — jovens com rodagem e fome de crescimento.
Ainda que o discurso da prudência seja coerente, o Cruzeiro flerta com um risco estratégico: tornar-se competitivo apenas em teoria, sem capacidade real de giro no elenco. Com cinco frentes de disputa e um calendário brutal até dezembro, depender de um núcleo de 15 a 18 jogadores sobrecarrega a estrutura física e psicológica do grupo. Jardim conhece bem esse terreno e talvez esteja tentando evitá-lo. Mas se o Cruzeiro quiser brigar por mais do que manutenção no G-6, precisará calibrar a balança entre contenção e ambição. Como se diz lá no interior da Bahia, quem quer o pirão tem que encarar o fogo.
Fonte: JFE
Post a Comment