Copa do BR: Athletico elimina o São Paulo nos pênaltis em Curitiba
A Copa do Brasil de 2025 viveu mais uma de suas noites simbólicas em Curitiba. O Athletico-PR venceu o São Paulo por 1 a 0 no tempo regulamentar — gol de Esquivel aos 37 do segundo tempo — e selou a classificação às quartas de final com triunfo impecável por 3 a 0 nos pênaltis. A expulsão de Rafael logo aos 4 minutos, ao parar ataque de Viveros, alterou drasticamente o rumo do jogo. Ainda assim, o Tricolor resistiu por mais de 80 minutos, até sucumbir ao volume adversário e ao próprio desgaste. Na marca da cal, prevaleceram o preparo e a frieza. Santos defendeu as três cobranças paulistas e sacramentou a virada rubro-negra no agregado.
A desvantagem numérica no primeiro tempo condicionou o São Paulo a uma postura estritamente reativa, sustentada em linhas baixas e alívio defensivo. O Athletico, embora dominante, carecia de clarividência. Isso mudou no segundo tempo, quando o técnico Cuca promoveu alterações ofensivas que abriram o campo e colocaram Leozinho em vantagem constante sobre Enzo Díaz. A jogada do gol nasceu dessa assimetria: inversão rápida para Mendoza, assistência precisa para Esquivel e finalização seca. Nos pênaltis, a diferença tática deu lugar à psicológica. O São Paulo perdeu com Jandrei, Tapia e Sabino; o Athletico, por sua vez, converteu as três com autoridade. A estatística resume: 64% de posse, 14 finalizações e sete escanteios para os paranaenses.
A eliminação interrompe uma sequência de seis classificações seguidas do São Paulo às quartas da Copa do Brasil, justo no ano em que o clube aposta no elenco mais profundo desde 2021. A queda precoce força ajustes em meio ao Brasileirão e ao planejamento da Libertadores, onde a pressão interna já se acentua. Do lado atleticano, a classificação reaviva a autoestima de um time que ainda busca reencontrar sua identidade desde a reformulação no fim de 2024. A confiança em nomes como Giuliano, Mendoza e Leozinho, somada ao retorno de Santos à forma de 2022, cria um cenário mais promissor para o restante da temporada. Além disso, os R$ 4,7 milhões da premiação aliviam um orçamento antes pressionado por contratações ineficientes.
O que se viu na Ligga Arena foi menos um jogo e mais uma parábola esportiva. O Athletico soube construir a sua virada sem pressa e com inteligência, adaptando-se ao que o jogo pedia — o que, convenhamos, tem sido raro no futebol nacional de 2025. O São Paulo, por outro lado, voltou a tropeçar no próprio imediatismo. Teve o mérito de resistir, mas não a sabedoria de propor, mesmo com elenco para isso. A campanha termina de forma abrupta, não por falta de esforço, mas por ausência de soluções. Como se diz por aqui, "quem quer chegar longe precisa saber sair do lugar."
Fonte: JFE
Post a Comment